São Paulo de todas as sombras
O Estado de São Paulo – 23/01/2013
Revelando a face dos invisíveis, Simonetta Persichetti
“[…] A ideia, própria da gênese da fotografia, era trazer para o visível a invisibilidade de muitas pessoas que transitam diariamente pelo centro de São Paulo.
Dessa maneira Lucia, que vive em Paris desde 1977, uniu-se a Marc, que nasceu e sempre viveu em Paris, e ambos decidiram fazer o que de mais extraordinário a fotografia tem, seu olhar voyeur : observar pela janela o que acontece ao nosso redor. Assim, eles escolheram 11 hotéis no centro da cidade, ficaram quase 24 horas em cada um deles. Como espectadores de um filme numa sala de cinema, registraram o que aparecia à frente da janela. A ideia partiu da frase do escritor francês Georges Perec “O que acontece quando nada acontece, fora o passar das pessoas, carros e nuvens.”
E assim, diante de uma falsa naturalidade ou do banal, eles deram – como já afirmou o filósofo alemão Walter Benjamin – “visualidade aos invisíveis” […]”
Entretempos, Folha de São Paulo online – 08/01/13
O que acontece quando nada acontece, Daigo Oliva & Cassiana Der Haroutiounian
“[…] Mas, o que acontece quando nada acontece? Escanear a cidade em seus instantes mais silenciosos, invisíveis e sem rosto é um grande mistério. Criar o que se passa com pedestres perdidos, sugerir biografias, investigar possibilidades, tudo isso é próximo ao olhar do voyeur em seu local preferido: a janela.
Será lançado no próximo dia 25 de janeiro, durante a quarta edição da Mostra São Paulo de Fotografia, o livro « São Paulo de Todas as Sombras », do casal de fotógrafos franco-brasileiro Marc Dumas e Lucia Guanaes, juntamente ao escritor e curador de fotografia Diógenes Moura.
Os anônimos são as estrelas dessa publicação. De janeiro de 2009 a fevereiro de 2012, Dumas e Guanaes se hospedaram em 11 hotéis pelo centro de São Paulo, durante ciclos de no mínimo 24 horas, de onde puderam registrar o movimento banal e ignorado da cidade.
São quase 120 imagens « atrapalhadas » por fios, postes e árvores que retratam o cotidiano de pessoas escondidas em capuzes, cobertores, papelões, ou mesmo por sombras que o título sugere, que ao final, são São Paulo. […]”
Revista Brasileiros on line – 25/01/2013
São Paulo de Todas as Sombras, Maria Teresa Wassermann
“[…] “Os anônimos são a alma de São Paulo. E essas fotos foram feitas observando por 24 horas das mesmas janelas para sentir a pulsação da cidade”, disse Lucia.
Paulistana, mas moradora de Paris, na França, há 35 anos, a fotógrafa conta que o projeto acabou por uni-la novamente à sua cidade natal. “Eu nasci em São Paulo, vivi toda minha infância e juventude no centro. Então é como se eu redescobrisse essa humanidade do bairro. A mídia apresenta o centro só pelos aspectos duros, da cracolândia, da violência. E quando você olha e observa a cidade da janela, você observa uma diversidade de pessoas, em uma praça passeando com cachorros, as mães levando as crianças para a escola. Para mim foi muito emocionante redescobrir essa cidade que é a minha cidade”. […]”
Guia Folha de São Paulo – 20-26/01/2013
Paulicéia estilhaçada, Manuel da Costa Pinto
“[…] “ São Paulo de Todas as Sombras” traz instantâneos de Lucia Guanaes e Marc Dumas tomados das mesmas janelas de hotéis do centro de onde Diógenes Moura (curador de fotografia da Pinacoteca do Estado) captou, em seis contos, o destino de seus transeuntes transformados em esfinges da metrópole. […]”
Galeria Fass
“Entre imagens, rabiscos e cores, esse projeto dá-se a partir da intenção de abordar nuances imperceptíveis inerentes à vida cotidiana; “aquilo que acontece quando nada acontece, fora o passar do tempo, das pessoas, carros e nuvens”. Assim, em meio a uma grande cidade como São Pauto, como perceber pequenos fatos/atos que tornaram-se invisíveis aos olhos dos citadinos? É justamente tentando abordar essa questão, que Lucia Guanaes e Marc Dumas produzem uma série de fotografias. Entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2012, os fotógrafos hospedaram-se em onze hotéis situados na região central de São Paulo, registrando tudo aquilo que percebiam e viam através das janelas de seus cômodos. Em conjunto, o escritor Diógenes Moura refez, sozinho, esse mesmo percurso, escrevendo seis contos inspirados em sua vivência. Como resultado desse projeto, realizado a seis mãos, produziu-se o livro: São Paulo de Todas as Sombras.”
TV Cultura São Paulo – 29/01/2013
Metrópolis, interview de Manuel da Costa Pinto avec les auteurs du livre “São Paulo de Toutes les Ombres”
Paranapiacaba
Images magazine – n°25, novembre 2007
Lucia Guanaes – Village fantôme, Sophie Bernard, p.58-63
“[…] Ici et maintenant n’existent pas vraiment à Paranapiacaba. Figé dans sa brume, le village est suspendu hors du temps.”
A Tarde – 23/08/2007
Uma ex-cidade em foco, Marcia Ferreira Luz
Fotosite – 23/01/2007
“[…] As 30 imagens coloridas evidenciam a busca por uma fotografia que ultrapasse a aparência da imagem. “O que menos importa em Transfigurações é o Carnaval. Lucia Guanaes os tirou de dentro da farra para trazê-los ao mundo real e outro, irreal, como na Cabala, onde ainda é possível identificar essa transcendência como um atributo divino. (…) Com quantas fotografias mesmo se ultrapassa a solidão cósmica? », escreveu o curador Diógenes Moura. […]”
Terra Magazine – 31/01/2007
As Trans na Bahia, Bob Fernandes
“[…] Travestidos, milhares de homens brincam o carnaval baiano todos os anos. Seja para manter a tradição, para foliar com amigos ou para libertar um lado feminino preso no dia-a-dia, eles tiram os vestidos e saias do armário, pintam os rostos e as unhas, se enchem de brilhos e se equilibram sobre os saltos altos.
Depois de cinco carnavais fotografando essas « meninas », a brasileira Lucia Guanaes apresenta o resultado do trabalho na exposição « Transfigurações », na Pinacoteca,
São Paulo. Numa conversa com Terra Magazine, Lucia disse que espera que o público entenda melhor essa transformação homem-mulher.
« Esse fascínio que todo homem tem de se vestir de mulher, em geral é levado como gozação, mas tem um lado espiritual ».
As fotografias foram feitas com flash e com tempo de exposição longo. O resultado são imagens com cores vibrantes e distorcidas pelo movimento. Isso conduz a uma reflexão sobre a identidade que aparece transfigurada nas fotos, sobre a pessoa que está por trás da fantasia e da distorção.
Segundo Lucia, mais do que um projeto documental de uma tradição carnavalesca, « Transfigurações » é um questionamento à noção de gênero. […]”
Infos Brésil – 04/2004
Travestissements
“[…] Les cadrages saisissent des visages : en surface ou derrière l’apparence ? dans ce que le masque révèle, accentue, dans ce qu’il dénonce ou dans ce qu’il trahit ? La question court d’une image à l’autre, reformulées par leur montage en série. Est ainsi sondé un phénomène étroitement lié à ce qui, dans l’expression photographique (et l’art), articule le paraître et la profondeur, l’être, le semblant et le ressemblant. Beauté dérangeante, inquiétante, presque monstrueuse parfois, éloge du maquillage et de l’artifice…, il nous faut relire Baudelaire.”
Frontières de la mer
Galeries FNAC / Brésil – 2005
Rosely Nakagawa, commissaire d’exposition
“As Fronteiras do Mar de Lucia Guanaes tem uma nostalgia do horizonte, uma vontade de conhecer o mundo dos outros. O seu mar fica sempre distante, sua terra firme apresenta cenários incomuns aos quais ela não pertence. Os seus horizontes, por mais distante que se apresentem, não são um fim de mundo, mas a possibilidade do começo de outros. A paisagem criada dessa forma tem cores e formas sincronizadas em ações coordenadas pela geometria e composição. Suas imagens são pretexto para um movimento de saída permanente, em busca de um sentido, em algum lugar, para além das fronteiras do mar.”
Gazette de Nîmes – 11/2005
Images du Brésil à l’Atelier de l’image, Hélène Fabre
“[…] Des images construites au cordeau, où les lignes verticales et horizontales sont réfléchies, et où la présence de l’homme sert d’échelle humaine et d’élément pertubateur grâce auquel on voit plus loin, de l’autre côté de la mer.”
La semaine de Nîmes – 11/2005
Une vision poétique du Brésil, Stéphane Cerri
“C’est par une promenade par les rives que Lucia Guanaes propose un voyage au Brésil. Installée en France depuis 1977, la photographe expose ses clichés à Negpos à l’occasion de la première édition du rendez-vous Images et ville. Sur les plages, la photographe voit une ville différente, alanguie, baignée par une lumière de soleil couchant.
Malgré la couleur, l’artiste se rapproche finalement d’un courant humaniste à la Cartier-Bresson. Dans ses cadrages précis, un détail donne le sens à l’ensemble. L’artiste joue sur le cocasse, les apparitions humaines, les univers géométriques.
Mais Lucia Guanaes renouvelle ce langage. Chaque fois, les lignes de fuite soulignent quelque chose d’étrange. La poésie de Lucia s’insère dans un monde contemporain, où l’urbain se conjugue au singulier. Souvent les bâtiments sont inachevés, leurs façades lépreuses, les sens de circulation incompréhensibles et les volumes inhumains. Mais la proximité mélancolique de la mer, sa chaleur moite, change tout… La misère est moins pénible au soleil !
Un balayeur promène sa solitude devant un mur rempli d’oiseaux.Une silhouette s’étire sur une promenade en bord de mer. Elle ressemble à ces parasols qui passent l’hiver pliés. Dans une lumière crépusculaire, des hommes sont suspendus dans le vide des échafaudages. En vélo, un gamin pédale en milieu des conteneurs.
Parfois, les clichés prennent des allures surréalistes. Un homme tend sa canne à pêche au milieu d’un parking. Ailleurs, les savantes constructions de Lucia Guanaes parviennent à égarer le regard. Elle photographie un mur comme Artus-Bertrand un désert. Au raz du trottoir, un court de tennis en contrebas se colle au bitume comme dans un photomontage. Les deux images sont reliées entre elles par quelques palmiers. Un résumé du Brésil de Lucia Guanaes.”
ABC Reporter – 03/2009
“O mar aparece entre muros, escondido nas calçadas. A terra firme apresenta cenários incomuns nos quais o indivíduo não tem lugar. A ocupação é adensada pelos edifícios com suas fachadas que devolvem a luz e as cores que recebem. […]”
Au cœur de Bahia
Nova Magazine – 05/2000
Coup de Brésil à Paris, Rémy Kolpa Kopoul
“Incroyable, une balade dans le Pelourinho, quartier turbulent et historique de Salvador en 2000 photos, une heure de son, une foule de cartes et notules. Lucia Guanaes, Brésilienne d’ailleurs, s’est amourachée de ce coin aux murs fatigués et aux habitants braillards. Un travail de recenseur avec la passion en plus, des tronches pur Bahia (donc pas très catholiques), des thématiques interactives rigolotes, les ventilateurs, la couleur rouge, le reggae local… Emouvant pour qui connaît, captivant et incitatif pour les autres. Chapô, Lucia !”
Euréka – 04/2000
Au cœur de Bahia, Éric Lecluyse
“En 2000 photos, trente minutes de vidéo et quantités d’informations, ce reportage vérité nous change des habituels clichés des titres consacrés au voyage.”
L’Événement du Jeudi – 17/02/2000
Au cœur de Bahia, un Brésil méconnu, François Rousselle
“Sans sophistication excessive et offrant une navigation aisée, la galette argentée sur cette partie du Brésil encore inconnue offre d’étonnantes photos et un résumé historique plus qu’érudit.”
Géo – 04/2000
Couleurs Brésil… !, Laurent Katz
“ […] C’est un témoignage coloré sur l’âme de ce quartier voué à devenir, après rénovation et évacuation de ses habitants, un simple lieu touristique, vidé de son mystère. Et le CD-Rom restera alors le seul reflet de l’actuelle joie de vivre. ”
Libération – 11/02/2000
La Bahia des badauds, Blandine Hennion
“[…] Ni guide touristique du Brésil, ni histoire de Bahia, le titre s’adresse plus aux connaisseurs nostalgiques qu’aux curieux, qui risqueraient de se perdre dans ces dédales sympathiques.”
SVM Mac – 04/2000
Albums de Famille : Au cœur de Bahia, Annik Hémery
“Ni guide ni compilation ethnologique, ce titre déroule avec bonheur des séries de chroniques bahianaises. Au rythme de la samba…
Miriam, Seu Delmiro, Balbino do Rojão, Mônica Kalille… voilà les derniers habitants du Pelourinho : le cœur historique, aussi pittoresque que naufragé, de Salvador de Bahia. […] Ni rancœur ni réquisitoire dans cette promenade. L’auteur entretien avec tous ces modèles une familiarité chaleureuse – et réciproque – que la transcription multimédia n’a pas réussi à émousser. […]”
Le photographe – n° 1576, 07/2000
Le CD-Rom, un nouveau support pour le reportage, Hervé Bernard
“[…] on peut se demander pourquoi Lucia Guanaes s’est lancée dans une pareille aventure. Dès le départ, il y a eu la volonté de faire quelque chose de global. Une nouvelle manière de publier un reportage de fond. Pour elle, ce choix se situe dans une suite logique : « J’ai toujours eu envie de travailler la photo comme objet de narration, le CD-Rom est donc un pas dans ce sens. Il a l’avantage de permettre d’autres formes que le récit linéaire pour offrir au « lecteur » plusieurs propositions. […]”
Photo Nouvelles – 06/2000
“Le cœur de Bahia est un vrai CD-Rom d’auteur. […] La photographe Lucia Guanaes a partagé pendant trois ans sa vie avec la population du Pelourinho, recueillit des milliers de témoignages, de photos, d’enregistrements, de films vidéo qui donne à ce CD-Rom une richesse et une force particulière.[…]”
PC Achat – 04/2000
Le Pelô tout en images
PC Direct – 04/2000
Balade palpitante à Salvador
Micro Hebdo – 03/2000
Bahia, promenade au rythme d’un quartier, Marc Zaffagni
Livres Hebdo – 28/01/2000
Bahia sur cédérom a Tout pour plaire, Laurence Santantonios
L’Ordinateur individuel – 04/2000
Envoûtant Brésil, Eric Connehaye
CEMEA, Mouvement national d’éducation nouvelle – 05/2006
Au cœur de Bahia, Christian Gautellier
“Il est des titres pour lesquels on a un coup de cœur. Celui-là en fait partie. […] Ce titre multimédia prend tout son intérêt culturel, à travers cette valorisation, cette mise en avant d’un quartier, d’une ville, et de ses habitants ; c’est un des rares titres où le multimédia s’inscrit dans un vrai projet de culture populaire.[…]”
Revue Noire – 09/1996
Pelourinho, Salvador de Bahia
Inventaire d’une poubelle
Libération – 01/07/1991
Rubrique Images, Willem
Revue BAT – 09/1991
Jornal da Tarde – 15/09/1989
Guia – Caderno 2
Folha de São Paulo – 14/09/1989
Lucia Villar apresenta suas fotos
Photographies Magazine – 03/1989
Sur la photographie
“[…] la Brésilienne Lucia Villar Guanaes (« Brasil-Brésil »), qui a arpenté son pays non pas au rythme des fameuses sambas mais à celui plus calme de la marche lente. Elle nous montre un Brésil au quotidien fait d’individus qui la regardent simplement passer. Des hommes sur les bords d’un champ, des femmes aux fenêtres racontent un quotidien ordinaire dont la photographie saisit ces instants de curiosité réciproque. […]”
Marie-Claire – 12/1988
Brasil Blues
“[…] À la poursuite des sites et des visages de son enfance, Lucia Villar Guanaes, exilée en France depuis dix ans, est retourné photographier son Brésil : São Paulo et ses environs, sa famille, ses voisins… « C’était le prétexte pour reprendre le fil d’une histoire interrompue », explique-t-elle. Bilan : une superbe série de photos exposée à Paris fin novembre. « Ce n’est pas un reportage, précise-t-elle. Tout rigueur n’en est absente. » Seulement l’itinéraire nostalgique d’un regard à la recherche de ce qu’il a perdu.”
Infos Brésil – 01/1989
À lire, A.-S. Le Gorju
Journal Révolution – n° 375, 08/05/1987
Brasil-Brésil, portfolio rubrique “Images”, texte Lucia Guanaes
DIVERS
Digital Photographer Brasil – n° 41, mars 2014
Lucia Guanaes – Uma abolicionista visual, Michele Bravos, p. 3 et p. 70-77
“Eu gosto de pesquisas visuais em fotografia. Não sou documentarista, nem faço fotos conceituais. A máquina fotográfica é um instrumento de gravação da realidade. A fotografia para mim é o que sobra da sua vivência”.
Revista Brasileiros on line – 25/01/2013
São Paulo de Todas as Sombras, Maria Teresa Wassermann
“[…] “Os anônimos são a alma de São Paulo. E essas fotos foram feitas observando por 24 horas das mesmas janelas para sentir a pulsação da cidade”, disse Lucia.
Paulistana, mas moradora de Paris, na França, há 35 anos, a fotógrafa conta que o projeto acabou por uni-la novamente à sua cidade natal. “Eu nasci em São Paulo, vivi toda minha infância e juventude no centro. Então é como se eu redescobrisse essa humanidade do bairro. A mídia apresenta o centro só pelos aspectos duros, da cracolândia, da violência. E quando você olha e observa a cidade da janela, você observa uma diversidade de pessoas, em uma praça passeando com cachorros, as mães levando as crianças para a escola. Para mim foi muito emocionante redescobrir essa cidade que é a minha cidade”. […]”
FHOX – n° 143, mars/avril 2011
Constructions narrativas do Nordeste brasileiro, p. 82-8 et 89
ARTE! Brasileiros – n° 6, numéro Especial Fotografia, sept/oct 2010
Objetivas fora do eixo, Rosely Nakagawa, p. 54-55
Le Monde – 27/10/2007
Déjeuner avec Lucia Guanaes, Olivier Schmitt
“[…] Intérieurs, Transfigurations, Paranapiacaba, Au cœur de Bahia, Brasil-Brésil sont autant de recherches qui sont plus qu’un voyage, une méditation presque métaphysique sur la ville, le paysage et ces figures d’hommes et de femmes qui peinent à l’habiter. […]”